26.8.09

A expectativa... e como ela atrapalha

Fui assistir ao supercomentado "Se Beber, Não Case". Sendo abençoado pelo deus das comédias de hoje (Judd Apatow) este filme está sendo considerado uma das comédias mais engraçadas (se não A mais engraçada) do ano. E esse é justamente o problema do filme, ou pelo menos foi para mim. Entrei no cinema já com um sorriso no rosto esperando deslocar o maxilar de tanto rir.
Não me entendam mal, o filme é excelente, uma comédia de chorar de rir, mas ao mesmo tempo não é nada demais. Na verdade, me lembrei muito de outras comédias do gênero "amigos numa roubada" como "Harold and Kumar go to White Castle" e "Cara cadê meu carro?". Só para situá-los, a trama acompanham três amigos que, depois de uma noite de bebedeira na despedida de solteiro de outro deles, precisam refazer seus passos para tentar entender o que aconteceu na noite anterior e encontrar o noivo que está sumido (eu adivinhei onde tava o noivo rapidinho), e pra isso encontraram tigres, strippers, chineses afetados, um bebê e Mike Tyson.
Mas volto a insistir, "Se Beber, Não Case" é muito bom e a maior parte de suas piadas funcionam muito melhor do que nos exemplos que citei, mas pra mim não merece o título de melhor comédia do ano.

Por outro lado, tive uma experiência inversa ao assistir ao filme dos Comandos em Ação (ainda não me acostumei a chamá-los de G.I. Joe). Fui esperando um filme muito ruim, cheio de ação e efeitos especiais e com quase nenhuma história (tipo o que foi Transformers 2), mas fui tão preparado para um lixo de filme que acabei me surpreendendo com certos elementos do filme. Primeiro foi o fato de conseguirem criar uma história de fundo para toda a ação que queriam colocar na tela, uma história óbvia com diálogos mais rasos que uma piscina de bolinhas, mas mesmo assim uma história... que faz sentido.
Mas é claro que o principal são as espetaculares cenas de ação com destaque para os confrontos entre Snake Eyes (Ray Park desperdiçado) e Storm Shadow, incluindo o confronto entre os dois quando ainda crianças.
Fiquei um pouco decepcionado com a participação do Joseph Gordon-Levitt, um ator que acho muito competente, mas que teve a ingrata função de criar praticamente três personagens em um com pouquíssimo tempo de tela, ou seja, não conseguiu desenvolver o personagem.
E novamente, para deixar claro, G.I. Joe está longe de ser um filme bom, bem longe, mas esperava coisa pior e no final acabei me divertindo.

16.8.09

Drag me to Hell


Christine (Alison Lohman) é amaldiçoada depois de negar uma extensão de prazo em um empréstimo para uma velha cigana e terá apenas três dias para evitar que o demônio Lâmia a arreste para o Inferno!
Depois disso o que se sucede é uma sequência de ótimos sustos e momentos de humor negro que remetem às origens do diretor Sam Raimi, especificamente à trilogia Evil Dead.
Realizado como uma homenagem aos filmes do gênero do início dos anos 80 (a vinheta da Universal é a mesma usada no período, a trilha dos créditos finais foi composto originalmente para O Exorcísta e após o filme há um promo convidando a visitas à Universal em Orlando também usada na época) Arraste-me para o Inferno é um ótimo exemplo do terror bem humorado de Raimi.
Com uma trama inteligente e atuações que ao mesmo tempo abraçam os clichês do gênero, mas mantém a construção do personagem até o final (destaque para a protagonista Alison Lohman que confere humor e desenvolvimento para Christine tão bem quanto grita) e apesar de conseguimos prever muitos dos sustos que estão por vir,todos funcionam muito bem e chegamos a nos divertir ainda mais por criar esta expectativa.
Além disso o uso da escatologia para provocar o riso é acertado em diversas cenas, chegando a ser ridículo (e por isso ainda mais engraçado) a quantidade de catarro, sangue, fluidos de decomposição, etc excretados durante a projeção. E fica óbvio que o filme não deve ser levado a sério quando a "mocinha" derruba uma bigorna sobre a velha cigana.
Uma coisa que me incomodou, mas que deve ter sido um problema da sala de projeção onde eu assisti, foi uma certa inconstância nas cores do filme, às vezes na mesma cena, em um corte, a cor dava uma variada. Imagino que deve ter sido um problema de projeção no momento da troca dos rolos.
Arraste-me para o Inferno é um filme muito engraçado que consegue manter os sustos até o final e mesmo o final sendo tanto óbvio não deixa de ser satisfatório e impactante.

11.8.09

Eu sei de tudo!


À Deriva é um filme sobre a perda da inocência. Filipa (Laura Neiva em sua estréia como atriz depois de ser descoberta no Orkut) é uma garota de 14 anos que passa as férias de verão em Búzios com sua família e enquanto descobre sua própria sexualidade, testemunha o fim do relacionamento de seus pais depois de descobrir que seu pai (Vincent Cassel) está tendo um caso com a americana Ângela (Camilla Belle).
O diretor Heitor Dhalia (Nina, O Cheiro do Ralo) realiza um trabalho competente, mas sem mérito para destaque.
A imagem do filme é bem trabalhada e os tons amarelados empregados destacam ainda mais a beleza natural de Búzios ao contrastarem com o cinza das rochas. Mas convenhamos, conseguir belas imagens filmando em Búzios não é um mérito, é quase uma obrigação!
A ambientação (a história se passa no início dos anos 80) é bem realizada, com um bom trabalho de Direção de Arte e figurino.
A música de Antonio Pinto contribui muito para o clima do filme, especialmente porque os diálogos são poucos e a relevância das descobertas e sentimentos da protagonista Filipa são bem traduzidos na trilha sonora. Mas há alguns momentos que senti falta de um silêncio...
No entanto À Deriva sofre de um antigo problema do cinema nacional, algo que parecia já ter sido superado, o Som Direto. O som ambiente às vezes está alto demais, em muitos diálogos a dublagem fica evidente e há uma cena que tive a nítida impressão de alguém ter esbarrado no microfone.
No elenco o destaque é mesmo para a novata Laura Neiva, ela conseguiu com muita competência transmitir as emoções (por vezes conflitantes) que Filipa passa ao deixar a infância e ser forçada à vida adulta. Deborah Bloch, como sempre, é competente ao dar vida a Clarice, a mãe alcoólatra e extremamente infeliz com sua vida. Vincent Cassel tem uma certa dificuldade coma a entonação do português, mas seu Mathias é bem composto como um pai que ama sua família e teme perder o que tem, principalmente teme perder a relação que tem com sua filha mais velha, Filipa. Camilla Belle, apesar de sua importância para a trama, não passa de uma figurante glorificada, com apenas duas falas no filme (mas eu adoro o sotaque dela quando fala em português), assim como Cauã Raymond, mas ambos se saem bem em suas pontas.
À Deriva é tocante, mas falta muito para que se torne memorável.


2.8.09

Luluzinha Teen


Há quase um ano atrás escrevi sobre o lançamento de Turma da Mônica Jovem e acho que nada mais justo dar minha opinião também sobre o novo lançamento deste segmento, Luluzinha Teen.
Sei que muita gente vai dizer que Luluzinha Teen não passa de uma cópia de Turma da Mônica Jovem, inclusive esta era minha opinião antes de ler, mas tenho que dizer que é uma cópia muito melhor que o original.
LT é o que TMJ deveria ser. Simples assim. Os personagens foram atualizados e vivem em uma realidade muito parecida com a nossa onde tudo é conectado, a Luluzinha tem um blog na HQ e nós podemos acessá-lo de verdade atraves do www.luluteen.com.br (diferente do frustrante www.cebola.com.br que é mencionado em TMJ #1). Os personagens tem twitter e comunicam-se entre si através deles, e nós podemos simplesmente acompanhar, ou interagir. Dá uma olhada nestes exemplos:

AninhaTeen: Acho que a gripe me pegou =/
AlvinhoTeen: @AninhaTeen Gripe suína? Fique longe da minha praia :-)
@AlvinhoTeen hahahahaha claro que não seu bobo!







Lulu: @luluzinhateen
Aninha: @aninhateen
Glorinha: @glorinhateen
Bola: @bolateen
Alvinho: @alvinhoteen