3.11.09

Surrogates / Substitutos


Substitutos (Surrogates) é um filme que poderia ter sido muito bom, muito bom mesmo, se ousasse se aprofundar em pelo menos um dos elementos propostos por sua trama, mas tudo está diluído, sem impacto e sem impressionar. No futuro a maior parte dos seres humanos vive reclusa em suas casas e utilizam robôs (os surrogates do título original) para executar todas as tarefas e interações sociais de sua rotina (é como se o Second Life fosse a sua única life, mas com robôs) e a tecnologia permite aos usuários uma imersão empírica total através de seus robôs e sem os riscos a vida, ou seja vc pode pular de paraquedas sem medo pq mesmo se ele não abrir o máximo que vc terá que fazer e comprar um novo surrogate. Além disso as doenças estão praticamente extintas, pois sem contato humano não há contágio, a discriminação racial, social e por aparência em geral deixou de existir, pois são todos robôs bonitos e em excelente forma e até mesmo a criminilidade caiu 99% durante os anos de surrogacy.
Mas existe uma pequena parcela da sociedade que se recusa a viver através de "puppets" (pejorativo para surrogate) e vivem em colônias fechadas onde só é permitida a entrada dos humanos. Entre eles há um homem que se destaca e se intitula O Profeta, que prevê que a era dos surrogates está chegando ao fim (e se necessário, por suas mãos).
Neste contexto ocorre o assassinato do filho do criador dos surrogates através de uma misteriosa arma que permite matar o usuário ao ser disparada contra o surrogate. Aí entra em cena Bruce Willis, interpretando (como sempre) o detetive durão que tem um passado trágico, para investigar tal assassinato com a ajuda de sua parceira Agente Peters (Rhada Mitchell).
Mas como eu disse no início do texto, o problema de Surrogates é a falta de comprometimento com as boas idéias apresentadas pelo roteiro, idéias como o impacto do surrogates nas guerras, a identidade do indivíduo ao poder escolher o corpo que quiser, as consequências de ter 99% da população mundial literalmente pluggada a uma rede de servidores de uma empresa privada, o que implica ao ser revelado que determinado personagem humano era na verdade um surrogate e muito mais. Tudo é superficial, e portanto esquecível. Ao se prender na dicotomia surrogacy x realidade o filme parece datado, especialmente nos dias de hoje onde temos The Sims, Second Life, World of Warcraft e outros MMORPGs.

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