23.7.08

Why... so... serious?

Depois da estréia de "Batman - O Cavaleiro das Trevas", é impossível começar este blog falando sobre qualquer outro assunto.
Nem mesmo a perspectiva de uma nova lei já aprovada no Senado que irá restringir absurdamente o uso da internet (algo que iremos citar nos próximos posts) parece superar a grandiosidade deste novo filme do Morcego, ou melhor, este filme do Coringa.
Desde o primeiro instante em que aparece em cena o Coringa domina o filme e grande parte do crédito por isso é a atuação viceral do falecido Heath Ledger.
"O Cavaleiro das Trevas" nos apresenta o Batman vivendo em uma Gothan City passando por uma transformção provocada justamente por seu surgimento e como toda transformação esta é cercada por incertezas e medo. Neste cenário de uma sociedade perdida que vê Batman com um misto de esperança e desconfiança surgem duas figuras que em lados opostos da lei são os verdadeiros protagonistas deste filme.
De um lado Harvey Dent surge como o Cavaleiro Branco de Gothan, o promotor eleito, incorruptível, que está colocando na cadeia os principais criminosos da cidade, o que obviamente está irritando muita gente. Sua trajetória no filme, até se tornar o vilão Duas Caras é extremamente comovente e a atuação de Aaron Eckhart realmente mostra a transformação interna gradual do personagem.
Do outro lado surge o Coringa, cuja motivação é difícil de compreender logo de início, mas que é o catalisador para o desenrolar da história. Ledger conseguiu criar um Coringa psicologicamente complexo e extremamente assustador que é a força que move o filme. Cada gesto, cada entonação de voz, cada olhar, tudo foi meticulosamente desenvolvido por Ledger criando uma figura instável, agressiva e densa. Com carta branca concedida pelas duas grandes facções criminosas de Gotham para fazer o que for necessário para matar Batman, o Coringa tenta instituir a anarquia na cidade, jogando uns contra os outros e quebrando a pouca credibilidade que o Morcego tinha perante ao público e a própria polícia. Além disso ele demonstra um estranho prazer em quebrar a suposta moralidade inabalável de Harvey Dent. Mas o duelo entre o Coringa e o Batman se transforma em algo muito maior, é o confronto de duas idologias, é a pura dicotomia entre o bem e o mal, e a hipótese de que o bem o o mal se completam, que sem um o outro não existe, é muito bem explorada.
Mesmo com uma boa atuação de Christian Bale (com exceção à voz cavernosa do Batman) o protagonista do filme surge apagado diante de um elenco de peso extremamente competente que além dos já mencionados Ledger e Eckhart, ainda conta com Michael Caine como Alfred, Morgan Freeman como Lucius Fox, Maggie Gyllenhaal como Rachel Dawes e Gary Oldman brilhante como Comissário Gordon.
É um filme pesado e exaustivo, você sai do cinema em estado de choque, sem conseguir assimilar tudo que viu nas últimas duas horas e meia. E por isso mesmo vou encerrar este post aqui, preciso digerir melhor a experiência, este post inaugural é quase um desabafo, pois não dá para assistir a "O cavaleiro das Trevas" sem querer falar alguma coisa depois.

1 Comment:

Otávio said...

ae gusstavooo!!!
Seu post ficou bacana!!
O meu .... mais ou menos... ahahaha..
Mas ae... vamo tocando o barco...
Temos que fazer a reunião da junta admnistrativa!!! hahaha
falow...